quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A coleção em destaque


Esta é uma das muitas obras da coleção que estão em destaque na exposição Viagens de Eva. É que a colecionadora  aproveitava suas andanças pelo mundo para garimpar peças belas e raras para a sua coleção. Trata-se de uma cratera grega do século VI a.C., comprada na Itália, em 1973, durante o cruzeiro musical que Eva fez pelo Mediterrâneo a bordo do navio Renaissance. Venha apreciar esta e outras peças na exposição (de terça a domingo, de 14 às 18h).
Cratera
Atenas, segundo quartel do séc. VI a. C.
Cerâmica torneada e policromada com incisões,
28,5 x 38,0 Ø cm
A cratera era um vaso de boca larga usado nas libações
rituais e nos banquetes, para diluir o vinho em água antes
de servi-lo nas copas. A estrutura dos vasos gregos refletia
a busca de formas cuidadosamente estudadas, visando o
equilíbrio das proporções e uma perfeita adequação à função.
Além disso, o exemplar da Fundação Eva Klabin apresenta
um refinado e sóbrio jogo de cores: o corpo é pintado numa
cor preta brilhante em que foram recavados quadros com
representações de leões e cisnes em figuras negras sobre fundo
vermelho. Alguns detalhes das figuras foram realizados com
toques de branco e de vermelho e a grafito descobrindo a
terracota. A cerâmica de figuras negras teve uma ampla
produção em Corinto e Atenas entre 600 e 480 a. C., época
anterior à invasão da Grécia por parte dos persas. Na segunda
metade do século VI a. C., época de grande crescimento da
cidade, Atenas tornou-se o principal centro de exportação em
direção às colônias gregas da Itália e da Ásia Menor. A peça da
Fundação Eva Klabin situa-se no segundo quartel do século
VI, mais precisamente entre 560 e 530 a. C., pela influência
das obras conhecidas do mestre Lydos, que criou temas novos
e dramáticos na representação de cenas mitológicas, batalhas e
caçadas, mas que pintou com freqüência as tradicionais zonas
de animais. A inspiração na cerâmica da cidade de Corinto
se faz marcar pela presença de bustos femininos figurados nas
plaquetas da parte superior das alças, pormenor bastante raro
que particulariza esta cratera. 
(texto de Luciano Migliaccio no  livro A coleção Eva Klabin)


 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O navio Conte Biancamano


Cartão-postal do Conte Biancamano. Coleção Laire José Giraud.

 

O transatlântico italiano Conte Biancamano, batizado com este nome em homenagem ao conde Umberto, apelidado de biancamano (‘mão branca’, em italiano) por suas qualidades diplomáticas, sempre despertou enorme admiração. Embora não fosse o maior navio da frota, destacava-se pelo luxo e beleza. Com a Segunda Guerra, foi apreendido pelos Estados Unidos e transformado em navio-transporte de tropas. Devolvido às autoridades italianas, foi totalmente reformado e, no dia 10 de novembro de 1949, iniciou a primeira viagem pós-guerra, deixando Gênova com destino à Argentina. Com escalas no Rio de Janeiro e em Santos, voltava ao Brasil depois de 13 anos de ausência. Representava ainda o que de melhor havia em transporte marítimo.

Mas este navio certamente não trazia as melhores recordações para Eva Klabin. Em 13 de fevereiro de 1957, seu marido Paulo Rapaport faleceu na Alemanha e, uma semana depois, Eva embarcou no Conte Biancamano para uma travessia de tristeza e dor, com o corpo do marido a bordo.



Imagens de folder do navio Conte Biancamano. Acervo Fundação Eva Klabin.

Cartão-postal  (frente e verso) mostrando o belo Salão de refeições do Conte Biancamano. Coleção Laire José Giraud.
Menu do chá da tarde do Conte Biancamano. Coleção Laire José Giraud.
Capa do menu do chá da tarde do Conte Biancamano. Coleção Laire José Giraud.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Fotos da exposição












 


Fotos Mario Grisolli


Boa notícia! a FEK aberta nos finais de semana!



De 23 de agosto a 14 de outubro a Fundação Eva Klabin volta a abrir nos finais de semana, com a exposição Viagens de Eva. O horário de visitação é de terça a domingo, das 14 às 18h. Ingressos R$ 10,00 / meia R$ 5,00 e aos domingos a entrada é gratuita!
Visite a exposição e aproveite para conhecer (ou rever) a bela coleção reunida por Eva ao longo de toda a sua vida. Vale a pena!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Uma bela coleção de cartões-postais!

O transatlântico britânico Alcantara, da Mala Real inglesa, entrando na Baía de Guanabara, com o Pão de Açúcar ao fundo. Cartão-postal  da pintura de Kenneth Shoesmith (1890-1939), coleção Laire José Giraud.

A exposição Viagens de Eva conta com belíssimas imagens da coleção do cartofilista Laire José Giraud*, um grande admirador de navios que mantem a coluna Recordar no site Portogente, na qual revela tudo que sabe sobre o fascinante universo dos transatlânticos, conta histórias e experiências curiosas e compartilha as inúmeras imagens da sua coleção. Confira  a matéria sobre a exposição Viagens de Eva e muito mais



*Laire José Giraud é despachante aduaneiro, colecionador de cartões-postais da cidade de Santos e de transatlânticos antigos. Colaborador da Revista de Marinha de Portugal. Publicou cinco livros, como autor e co-autor, sobre temas da Santos antiga.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Principe di Udine

Cartão postal do navio italiano Principe di Udine (coleção Laire José Giraud)
Eva (à esquerda), as irmãs Ema e Mina, e os pais na Suiça, c. 1918.


 Depois de estudar na Suíça por vários anos, onde sua família morou durante o período da Primeira Guerra Mundial, Eva voltou ao Brasil em dezembro de 1919 a bordo do transatlântico Principe di Udine.
Da companhia italiana Lloyd Sabaudo, este navio, encomendado a um estaleiro britânico, fez sua primeira viagem com destino à América do Sul em março de 1908. Atendendo à demanda da travessia do Atlântico por emigrantes atraídos pelas plantações de café no interior paulista e os trigais na Argentina, o navio acomodava apenas 150 passageiros na primeira classe, 150 na segunda e nada menos que 1.200 na terceira classe.  Seu navio gêmeo era o Tomaso di Savoia. O batismo dos navios com nomes de membros da realeza, como os da Casa dos Savoia, está ligado ao grande interesse que a família real italiana tinha na companhia de navegação.