Viagens de Eva trouxe para o público a paixão de Eva Klabin pelas viagens de navio. Objetos e documentos de seu acervo pessoal serviram de inspiração para esta mostra que resgatou as memórias de viagem da colecionadora e apresentou essa envolvente faceta da história da sociedade do século 20, que viajava em um clima de glamour que não existe mais. De 22/8 a 19/10 de 2012 | Fundação Eva Klabin | Patrocínio: Secretaria Municipal de Cultura.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
A coleção em destaque
Esta
é uma das muitas obras da coleção que estão em destaque na exposição Viagens
de Eva. É que a colecionadora aproveitava suas andanças pelo mundo para garimpar peças belas e raras para a sua coleção. Trata-se de uma cratera grega do século VI a.C., comprada na Itália, em 1973, durante o cruzeiro musical que Eva fez
pelo Mediterrâneo a bordo do navio Renaissance. Venha apreciar esta e outras
peças na exposição (de terça a domingo, de 14 às 18h).
Cratera Atenas, segundo quartel do séc. VI a. C. Cerâmica torneada e policromada com incisões, 28,5 x 38,0 Ø cm
A cratera era um vaso de boca larga usado nas libações rituais e nos banquetes, para diluir o vinho em água antes de servi-lo nas copas. A estrutura dos vasos gregos refletia a busca de formas cuidadosamente estudadas, visando o equilíbrio das proporções e uma perfeita adequação à função. Além disso, o exemplar da Fundação Eva Klabin apresenta um refinado e sóbrio jogo de cores: o corpo é pintado numa cor preta brilhante em que foram recavados quadros com representações de leões e cisnes em figuras negras sobre fundo vermelho. Alguns detalhes das figuras foram realizados com toques de branco e de vermelho e a grafito descobrindo a terracota. A cerâmica de figuras negras teve uma ampla produção em Corinto e Atenas entre 600 e 480 a. C., época anterior à invasão da Grécia por parte dos persas. Na segunda metade do século VI a. C., época de grande crescimento da cidade, Atenas tornou-se o principal centro de exportação em direção às colônias gregas da Itália e da Ásia Menor. A peça da Fundação Eva Klabin situa-se no segundo quartel do século VI, mais precisamente entre 560 e 530 a. C., pela influência das obras conhecidas do mestre Lydos, que criou temas novos e dramáticos na representação de cenas mitológicas, batalhas e caçadas, mas que pintou com freqüência as tradicionais zonas de animais. A inspiração na cerâmica da cidade de Corinto se faz marcar pela presença de bustos femininos figurados nas plaquetas da parte superior das alças, pormenor bastante raro que particulariza esta cratera.
(texto de Luciano Migliaccio no livro A coleção Eva Klabin)
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