sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Viajando com estilo




Um conjunto de malas belas e sofisticadas, com peças desenhadas com esmero e produzidas artesanalmente por maleiros famosos, foi, por muito tempo, quase uma obrigatoriedade entre os viajantes abastados e requintados em seus destinos fantásticos.

 

Eva sempre viajava com uma bagagem considerável – em geral, mais de uma dezena de volumes... – e exigia que sua acompanhante tivesse um inventário preciso de todos os itens e pudesse localizar qualquer um deles em questão de segundos! Malas de diversos tamanhos e modelos, incluindo baús e as famosas malas-armário usadas dentro das cabines dos navios, além de chapeleiras e frasqueiras, eram suas ‘companheiras’ fiéis. Apólices de seguro no valor de vários milhares de dólares cobriam os muitos volumes e estendiam-se às estolas e casacos de peles.


Marcas tradicionais e famosas, de empresas que começaram no ramo da criação de bolsas e malas de luxo ainda no século XIX e conquistaram clientes sofisticados ao redor do mundo, figuram na coleção de Eva Klabin. Destacam-se, entre elas, a marca francesa fundada por François Goyard, que mantém até hoje, em Paris, o mesmo endereço de quando o negócio começou, em 1853 (rue Saint-Honoré, 233); a marca italiana Franzi, iniciada em Milão em 1940 e desenvolvida por várias gerações da família Franzi; e a norte-americana Hartmann, criada em 1877 pelo alemão Joseph S. Hartmann e que viria a se tornar “a marca” americana de bagagem de estilo. Em quase todos os exemplares aparece, ao lado das etiquetas das muitas viagens realizadas, o monograma da colecionadora ou o do casal, Eva e Paulo Rapaport, sinal de requinte e exclusividade.







 
   Fotos: Mario Grisolli





terça-feira, 25 de setembro de 2012

Os navios `gêmeos´ Giulio Cesare e Augustus



Eva sendo recebida a bordo do Giulio Cesare, 1967
Em janeiro de 1967, Eva embarca na primeira classe do Giulio Cesare para mais uma temporada europeia. Sua bagagem conta com nada menos do que quinze volumes. Pouco mais de quatro meses depois, a viagem de volta seria a bordo do Augustus, ‘gêmeo’ do Giulio Cesare

Muitos pares de navios ficaram famosos, mas poucos se destacaram tanto quanto a dupla Giulio Cesare e Augustus, da armadora Italia di Navigazione, com sede em Gênova. Segundo a imprensa da época, os dois navios constituíam “a última palavra em matéria de navegação transatlântica para passageiros, (...) prova do progresso alcançado pela construção naval italiana, marchando na vanguarda das mais bem aparelhadas do mundo”. 


Cartão-postal do Augustus (Coleção Laire José Giraud)

Fotografia do Giulio Cesare (Coleção Laire José Giraud)
 
Cada navio tinha capacidade para 1.100 passageiros, era dotado de ar-condicionado em todas as classes e de uma poderosa estação radiotelefônica pela qual os passageiros podiam se comunicar com qualquer parte do mundo de dentro do próprio camarote. 
 
O Augustus era munido de luxuosos apartamentos na primeira classe, acomodações da segunda classe melhores do que as da primeira classe de muitos navios, e terceira classe com cabines, no lugar dos grandes dormitórios coletivos. Salões e restaurantes, piscinas, cinemas, agências turística e bancária, lojas de arte, atelier fotográfico, sala de ginástica, salões de barbeiro e cabeleireiro, capela e até um pequeno hospital estavam disponíveis para os passageiros.



Lista de passageiros do Augustus, 1953
Os principais portos de escala desses navios eram Barcelona, Lisboa, Dacar, Recife, Rio de Janeiro, Santos, Montevidéu e Buenos Aires; e uma viagem redonda, Gênova/Buenos Aires/Gênova, levava em média 34 dias.




Eva a bordo do Giulio Cesare, 1967
Eva cumprimenta o comandante do Augustus, 1967



Fotografia do Augustus em 1953 (Coleção Laire José Giraud)
Cartão-postal do Augustus (Coleção Laire José Giraud)
Cartão-postal do Augustus (Coleção Laire Joseé Giraud)

Menu do Giulio Cesare, dezembro de 1964 (Coleção Laire José Giraud)


Saiba mais sobre estes navios nos artigos da coluna Recordar, de Laire José Giraud





 


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O Cap Polonio


O Cap Polonio atracado no cais da Praça Mauá, Rio de Janeiro, s/d  (coleção Laire José Giraud)
Em maio de 1922, Eva viaja, com as irmãs Ema e Mina, a bordo do navio Cap Polonio, e desembarcam em Hamburgo no dia 6 de junho. Depois de muitos meses aproveitados na Alemanha, Suíça e Itália, já em novembro, as irmãs embarcam de volta, no mesmo porto e no mesmo navio, rumo a Santos.

 

O Cap Polonio pertenceu à armadora alemã Hamburg-Sud. Foi lançado ao mar em março de 1914, no início da Primeira Guerra Mundial. Podia levar até 1.555 passageiros, distribuídos em três classes, além de uma tripulação composta por 460 pessoas. Sua primeira viagem para a América do Sul, de Hamburgo a Buenos Aires, com portos intermediários, aconteceu em fevereiro de 1922. 
 
Página de álbum de Eva Klabin com fotografias tiradas a bordo do Cap Polonio,1922

A bordo, Eva, de perfil, entre amigos, 1922

Saiba mais sobre este navio na Coluna Recordar do cartofilista Laire José Giraud
(Os cartões postais pertencem à coleção Laire José Giraud)








quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Um célebre passageiro a bordo do Renaissance...

 Quem se lembra do Uri Geller??? Pois é... você sabia que ele foi companheiro de viagem de Eva Klabin? Uri e sua mãe, Margaret Gero, estavam a bordo do Renaissance no Cruzeiro Musical do qual Eva participou. Será que ele andou dobrando muitas colheres no navio?


Confira  a lista de passageiros do Cruzeiro Musical e veja se reconhece mais alguém







Símbolo do Cruzeiro Musical, impresso em todo o material gráfico distribuído aos passageiros, 1973


Tabela com as escalas do Cruzeiro Musical, 1973

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Viagens de Eva na Veja Rio (edição de 19/09/2012)



VIAGENS DE EVA. Na casa onde viveu, a colecionadora e mecenas Eva Klabin (1903-1991) ganha exposição dedicada às viagens que fez ao longo da vida. Fotos e registros dos percursos (bilhetes, cartas, p
rogramas, folders, cartões-postais e plantas de navios), além de malas de grife, fazem parte do acervo. Curadoria de Marcio Doctors. Fundação Eva Klabin. Avenida Epitácio Pessoa, 2480, Lagoa, ☎ 3202-8550. Terça a domingo, 14h às 18h. R$ 10,00. Grátis aos domingos e para crianças de até 10 anos. Até 14 de outubro. www.evaklabin.org.br. (p. 91)

Concerto em Roma fecha o Cruzeiro Musical

14 de setembro de 1973, o último concerto do Cruzeiro Musical. Em mais um cenário repleto de história e encantamento, a Basílica de Constantino, no Forum Romano, apresenta-se o Quartetto Beethoven di Roma. Os integrantes do cruzeiro se maravilham com o talento deste quarteto, formado três anos antes, em 1970, tocando piano, violino, viola e violoncelo.
Certamente um espetáculo para fechar com chave de ouro estas duas semanas dedicadas à música. A despedida se deu às 14h do dia seguinte, com o desembarque em Cannes.








 Veja a primeira postagem e saiba mais sobre o Cruzeiro Musical pelo Mediterrâneo, a bordo do navio Renaissance (de 2 a 15 de setembro de 1973)

Veja também os jantares de gala oferecidos ao longo do cruzeiro

O Rouge-gorge
O Colibri topázio 
O Jantar do Comandante

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Paco de Lucía se apresenta no Cruzeiro Musical

É isto mesmo...
Paco de Lucía, então com apenas 25 aninhos, foi uma das atrações do Cruzeiro Musical a bordo do Renaissance.
Na noite de 13 de setembro de 1973 ele se apresentou no Grand Salon do navio.

Mas, apesar de jovem, Paco já tinha estrada... filho de um guitarrista de flamenco, começou cedo na carreira, tendo feito sua primeira aparição pública, na rádio de sua cidade, Algeciras, com apenas onze anos de idade. 

O jovem músico de ter encantado os ilustres passageiros do Renaissance com seu talento!!!



O dia 13 de setembro foi bem movimentado no Cruzeiro Musical e fechou com chave de ouro; confira o concerto da tarde, em Pesto.
 
Confira também o site do artista


13 de setembro, concerto nas ruínas de Pesto

13 de setembro de 1973. O Cruzeiro Musical vai chegando aos seus últimos dias, mais ainda há muito o que ver e ouvir.

 O dia começa com ginástica para os mais bem dipostos, missa às 10h para os mais devotos e, logo depois, palestra de uma especialista sobre a Magna Grécia e a cidade de Pesto.


É que o concerto da tarde será na Basílica grega (ou templo de Hera), em Pesto.  Esta cidade do sul da Itália (Paestum em latim, chamada anteriormente de Poseidonia em homenagem a Poseidon, ou Netuno) foi fundada pelos gregos no século VI a.C. e conquistada pelos romanos em 273 a.C. Suas ruínas incluem três magníficos templos. O dedicado a Hera, onde se realizou o concerto e conhecido como "basílica" porque os primeiros arqueólogos julgaram tratar-se de um edifício civil, o templo de Netuno e o de Ceres.



Depois do almoço, desembarque em Salerno e partida para visita ao museu arqueológico e, às 17h30, o esperado concerto do trompestista francês Maurice Andre e do flautista alemão Karlheinz Zoeller, acompanhados da Orquestra Franz Liszt de Budapest, cujos dezoito integrantes estavam entre os passageiros a bordo do Renaissance.

 
Às dez da noite, após o jantar e já navegando, um outro concerto para encerrar a noite.... mas este, de tão especial, merece um outro post...