Um
conjunto de malas belas e sofisticadas, com peças desenhadas com esmero e
produzidas artesanalmente por maleiros famosos, foi, por muito tempo, quase uma
obrigatoriedade entre os viajantes abastados e requintados em seus destinos
fantásticos.
Eva
sempre viajava com uma bagagem considerável – em geral, mais de uma dezena de
volumes... – e exigia que sua acompanhante tivesse um inventário preciso de
todos os itens e pudesse localizar qualquer um deles em questão de segundos!
Malas de diversos tamanhos e modelos, incluindo baús e as famosas malas-armário
usadas dentro das cabines dos navios, além de chapeleiras e frasqueiras, eram suas
‘companheiras’ fiéis. Apólices de seguro no valor de vários milhares de dólares
cobriam os muitos volumes e estendiam-se às estolas e casacos de peles.
Marcas
tradicionais e famosas, de empresas que começaram no ramo da criação de bolsas
e malas de luxo ainda no século XIX e conquistaram clientes sofisticados ao
redor do mundo, figuram na coleção de Eva Klabin. Destacam-se, entre elas, a
marca francesa fundada por François Goyard, que mantém até hoje, em Paris, o
mesmo endereço de quando o negócio começou, em 1853 (rue Saint-Honoré, 233); a
marca italiana Franzi, iniciada em Milão em 1940 e desenvolvida por várias
gerações da família Franzi; e a norte-americana Hartmann, criada em 1877 pelo
alemão Joseph S. Hartmann e que viria a se tornar “a marca” americana de
bagagem de estilo. Em quase todos os exemplares aparece, ao lado das etiquetas
das muitas viagens realizadas, o monograma da colecionadora ou o do casal, Eva
e Paulo Rapaport, sinal de requinte e exclusividade.