O Neptunia... este é o navio que Paulo Rapaport, então noivo de Eva Klabin, cita em uma de suas muitas cartas escritas no período em que ela ainda morava em São Paulo com a família. Em 1933, quando se casaram, Eva se mudou para o Rio de Janeiro.
“Nem
sequer vinte e quatro horas se passaram desde que tu foste embora, e já me
parece uma eternidade [...]. Os meus pensamentos sempre estavam contigo: ao
escurecer, mais tarde quando as luzes do Neptunia passaram por
Copacabana, desaparecendo atrás da pedra do Arpoador, e eles sempre estarão
contigo, até o nosso reencontro...”
Trecho da carta de Paulo Rapaport a Eva, 1932.
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Em 1931, o Cantieri Riuniti Dell’Adriatico
deu início à construção de dois navios para a Cosulich: o Neptunia e o Oceania, destinados a servir a
linha de passageiros para a América do Sul, com escalas nos portos de Split, Patras, Nápoles, Gibraltar,
Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Santos, Montevidéu e Buenos Aires.
Os
dois navios serviram a esta linha até que, em julho de 1940, foram requisitados
pela Marinha de Guerra para serem transformados em navios-transporte de tropas.
Naufragaram no ano seguinte, depois de torpedeados pelo submarino inglês Upholder.